Relatório lançado pela OMS aponta déficit global de 6 milhões de enfermeiros

O cenário de pandemia ao redor do mundo ressalta a urgência de aumentar a força de trabalho em saúde. De acordo com o relatório “O estado da enfermagem no mundo” lançado pela OMS (Organização Mundia da Saúde), há uma visão clara do déficit de trabalho dos profissionais em enfermagem ao redor do mundo. Os trabalhadores da área da saúde estão operando com sua capacidade reduzida de mão de obra durante os dias de crise pandêmica em países como Itália, Estados Unidos, Inglaterra e países de baixa renda.

O relatório aponta lacunas importantes existentes na força de trabalho na área da saúde, principalmente em enfermagem, considerada uma das áreas prioritárias dentro do setor. Enfermeiros ao redor do mundo somam mais da metade dos profissionais de saúde em atividade. Historicamente, são os enfermeiros os profissionais de vanguarda do combate em qualquer crise de saúde, seja uma pandemia, atendendo vítimas em conflitos ou atuando em regiões afastadas.

“Os enfermeiros podem ser vistos como a espinha dorsal em qualquer que seja o sistema de saúde. Hoje, são esses profissionais que estão atendendo diretamente os pacientes que experimentam o coronavírus. O grupo de enfermagem e auxiliares são os verdadeiros heróis nesta batalha ao lado dos médicos e outros profissionais de saúde que estão lá por todos. O relatório é um indicador direto de que precisamos de mais profissionais em enfermagem e leitos hospitalares para lidar com situações como a que estamos enfrentando atualmente”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O relatório foi lançado em uma parceria entre a OMS, o ICN (sigla em inglês para Conselho Internacional de Enfermagem) e a Nursing Now e divulgado em recentes notícias no início do mês de abril deste ano. Os dados apontados pelo relatório são alarmantes, indicando que existem cerca de 28 milhões de enfermeiros em todo o mundo, um déficit de 6 milhões de profissionais. O relatório estima que os países que mais estão sentindo o déficit devém aumentar em média 8% o número de profissionais em enfermagem a cada ano, além da capacidade do sistema de saúde de oferecer condições de trabalho para estes profissionais e de atendimento para a população.